Quando a gestante está no último trimestre e recebe essa notícia, normalmente fica preocupada pois acha que o parto normal não será mais possível ou terá que optar por um parto pélvico. O parto vaginal pélvico é assistido por poucas equipes e oferece mais riscos do que um parto cefálico (quando o bebê está de cabeça para baixo). A boa notícia é que uma minoria de bebês permanece sentada quando a gestação chega a termo (37 a 42 semanas).


A chance da apresentação permanecer pélvica diminui conforme a gravidez avança, pois a cabeça do bebê é a parte mais pesada de seu corpo e a tendência é que ele fique de cabeça para baixo na reta final. Após as 36 semanas, entre 3 a 4% dos bebês estão pélvicos. Já com 28 semanas, por exemplo, 25% deles são encontrados nesta posição.

Mas, o que muita gente não sabe é que antes de entrar em trabalho de parto há muitas opções para virar esse bebê. Além de acupuntura e moxa, a gestante pode fazer exercícios que podem auxiliar o melhor posicionamento do bebê. Um deles é a técnica chamada de Spinning Babies, que pode ser ensinada e orientada por doulas, parteiras e obstetras que tenham conhecimento e formação nessa técnica.


O Spinning Babies são alongamentos, exercícios e correções posturais que ajudam a mulher a manter a musculatura e os ligamentos pélvicos e uterinos relaxados. Tudo isso permite posicionar melhor o bebê, tornando o parto mais fisiológico. É importante dizer que o Spinning Babies pode ser feito por qualquer gestante, mas que há posições específicas para virar o bebê pélvico. No caso de bebês pélvicos ou transversos, o Spinning Babies pode ser iniciado por volta da 31ª semana. Já a prática, de modo geral, pode ser iniciada a partir da 20ª semana.


VERSÃO CEFÁLICA EXTERNA
Após a 36ª semana é possível tentar também uma VCE (Versão Cefálica Externa), que é feita no hospital por uma equipe com experiência nisso. O obstetra vai fazer uma manobra e reposicionar o bebê dentro do útero. Ele é virado com alguns movimentos e pressionando o abdome materno. Durante todo o tempo o bebê é monitorado e a taxa de sucesso nesse procedimento é alta. Alguns bebês após a VCE vão voltar a ficar pélvicos e outros não, aumentando a chance de um parto cefálico. Uma complicação, rara, que pode ocorrer durante o procedimento é o descolamento prematuro de placenta (0,2%) e o prolapso de cordão (0,2%) e aí, faz-se necessária uma cesárea de emergência.

 

MINDFULNESS E HIPNOSE
No aplicativo GentleBirth há áudios guiados para meditação e hipnose para auxiliar a virar o bebê e além disso, ajuda a gestante a criar resiliência emocional para o que está por vir.

 

ESCREVA PARA O BEBÊ
Uma dica importante (além de prazerosa) é escrever uma carta e/ou um diário para o bebê dizendo que ele pode virar, que está tudo pronto para recebê-lo, que você está tranquila para o parto e pronta para esse encontro.

FIZ DE TUDO E ELE CONTINUA PÉLVICO. E AGORA?
Para as mulheres que desejam um parto pélvico normal, elas devem ser informadas dos riscos e devem ser acompanhadas por uma equipe com experiência nesse tipo de assistência. O parto pélvico só pode ocorrer em ambiente hospitalar.

Já para a mulher que não quer ter o parto normal pélvico e o bebê permaneceu assim, existem algumas opções que podem ser oferecidas para ela: realizar a cesárea assim que apresentar algum sinal de trabalho de parto ou ainda agendar a cirurgia a partir de 39 semanas de gestação.

 

O seu bebê ficou pélvico até quando?