O ginecologista é o especialista que cuida da saúde integral da mulher com foco no aparelho reprodutor feminino (vulva, vagina, útero, tubas uterinas, ovários) e nas mamas e também atua auxiliando em seu planejamento de vida em suas diversas fases: enquanto jovem, futura mãe, mulher madura, até quando alcança o apogeu da terceira (também chamada de melhor) idade.

Tem papel importante na orientação e conscientização de adolescentes, podendo ensinar sobre o significado da menstruação, sobre a formação de um bebê no útero materno, esclarecer dúvidas sobre início de vida sexual e orientar sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

Pode auxiliar na escolha de um método contraceptivo para se evitar uma gravidez indesejada, auxiliar nas alterações menstruais, corrimentos, dores pélvicas, queixas sexuais, rotina para prevenção de doenças e escolher melhor tratamento para sintomas climatéricos, sempre visando a qualidade de vida da paciente.

Como funciona uma consulta de rotina com o ginecologista?

A anamnese é quando ocorre o primeiro contato com a paciente, momento no qual ela deve se sentir segura e acolhida. O médico irá ouvir o motivo que leva a paciente a se consultar e perguntará sobre seu histórico pessoal e familiar de saúde, entendendo seu contexto social, procurando conhecer seus receios e expectativas.

Com base nesse relato irá direcionar o exame físico

Coleta do Papanicolau e DNA HPV (Captura Híbrida)

O papanicolau é um exame de simples realização e é o mais importante para prevenção do câncer de colo de útero. É realizada a coleta de uma amostra de células do colo do útero e tem como principal objetivo detectar possíveis alterações causadas pelo vírus HPV (lesões precursoras do câncer de colo de útero). Pode ser coletado no próprio consultório, sem necessidade de anestesia. 

O DNA HPV (Captura Híbrida) também consiste na coleta e análise de células do colo do útero e identifica, além da presença do DNA de HPV no organismo, a agressividade do vírus.

O rastreamento com a citologia oncótica (papanicolau) deve ser realizado por mulheres acima dos 21 anos que já iniciaram vida sexual, já o DNA HPV, que pode ser coletado no mesmo momento do papanicolau, deve ser realizado a partir dos 30 anos.

Corrimento vaginal

É o termo genérico usado para descrever o resíduo não sanguíneo presente na vagina. Pode indicar processos patológicos (doenças) da vagina, do útero e até das tubas uterinas. Entretanto, pode resultar da soma das secreções de glândulas presentes no canal vaginal e descamação de células e microorganismos da flora vaginal. É o chamado corrimento fisiológico e tem coloração translúcida ou branca e é inodoro, podendo variar seu aspecto conforme a fase do ciclo menstrual.

Se houver mudança de cor, consistência, cheiro no corrimento ou algum sintoma associado (ardor, coceira, dor na relação, ardência para urinar ou dor pélvica), pode ser sinal de alguma infecção e paciente deve procurar seu ginecologista para avaliação. 

Há de se atentar para corrimentos durante a gravidez, pois dependendo do caso, podem ser prejudiciais a gestação.

Dicas para uma boa saúde íntima:

  • Mantenha uma boa higiene da região genital externa;
  • Nunca realize duchas vaginais;
  • Seque a região com cuidado depois de lavar;
  • Opte por calcinhas de algodão;
  • Evite o uso de absorventes de uso diário;
  • Evite usar lenços umedecidos ou papel higiênico perfumado com frequência;

Planejamento familiar – métodos contraceptivos

São vários os métodos contraceptivos atualmente disponíveis. E a decisão da escolha deve ser partilhada entre a mulher e seu ginecologista. A grosso modo, servem para evitar a fecundação quando a gravidez não é desejada.

Leia abaixo sobre os métodos que existem, lembrando que a escolha deve ser individualizada. Consulte sempre seu médico antes de usar qualquer método.

Métodos de barreira 

  • Femininos: as mais conhecidas são a condom (camisinha) e o diafragma, mas há também espermaticida, capuz cervical e esponjas
  • Masculinos: condom (camisinha)

Métodos comportamentais

São aqueles com o objetivo de planificar ou evitar gestações pela observação dos sinais e sintomas naturais da fase fértil do ciclo menstrual

  • Coito interrompido ou ejaculação extragenital
  • Abstinência sexual periódica, conforme percepção dos sinais do período fértil

Anticoncepção hormonal

  1. Pílula anticoncepcional: método utilizado no mundo inteiro, a pílula é um dos mais conhecidos dos métodos hormonais. No Brasil, estima-se que cerca de 60% das mulheres que buscam um método contraceptivo usem as pílulas.
  2.  Anel vaginal: Feito de um material semelhante ao silicone. Deve ser introduzido na vagina, com uso por três semanas, e intervalo sem anel de uma semana. O anel libera gradativamente uma combinação de dois hormônios.
  3. Injetáveis: Aplicação de injeção intramuscular, aplicado mensalmente, contendo estrógeno e progesterona ou trimestralmente, contendo apenas progesterona.
  4. Adesivo: Libera doses graduais de estrogênio e progestagênio. Deve ser substituído toda semana, tendo um descanso a cada três semanas de uso.
  5. Implante subcutâneo: Incisão de um bastonete, do tamanho de um palito de fósforo, sob a pele do braço, na altura do tórax. Libera pequenas doses de hormônio (progestagênio) na corrente sanguínea. Tem durabilidade de 3 anos e pode causar a interrupção da menstruação durante o período de uso. Colocado em consultório com anestesia local.
  6. DIU (dispositivo intrauterino) medicado com progesterona – Tem duração de 5 anos. 

DIU (dispositivo intrauterino) não hormonais – Cobre e Prata: Representa uma boa opção contraceptiva devido sua eficácia, reversibilidade, custo e não interferência na vida sexual do casal. Tem duração de 5 a 10 anos conforme o tipo e torna o útero em um ambiente hostil para os espermatozoides, dificultando seu encontro com o óvulo. 

Contracepção cirúrgica: método definitivo que consiste em obstrução das trompas ou dos ductos deferentes por via cirúrgica.

Como já dito anteriormente, a escolha pelo método deverá ser individualizada, ou seja, decidida caso a caso, juntamente com seu ginecologista. 

Consulta de rotina

A consulta com o ginecologista deve ser realizada pelo menos uma vez ao ano ou antes disso, caso apresente algum incômodo ou queixa. 

Vale lembrar que o ginecologista cuida de todas as questões relacionadas aos órgãos reprodutores e mamas, mas que o foco é a prevenção de doenças e dessa forma deve ser realizado um exame de rotina uma vez ao ano. 

O ginecologista é capacitado para avaliar as mamas e detectar possíveis alterações e a partir daí encaminha ao mastologista, que é o especialista que cuida exclusivamente da saúde das mamas, tanto de homens quanto de mulheres. 

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Não deixe de visitar regularmente seu médico ginecologista.